Equipe da ESP-MG compartilha produção acadêmica no 14º Abrascão
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Fortalecer o SUS, produzindo e difundindo conhecimentos faz parte da missão da Escola de Saúde Pública de Minas Gerais (ESP-MG) e foi com esse propósito que trabalhadoras e trabalhadores da ESP-MG participaram da 14ª edição do Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva (Abrascão).
O evento aconteceu em Brasília, no Centro Internacional de Convenções do Brasil, entre os dias 28/11 a 3/12 e foi uma oportunidade para as pessoas trabalhadoras da Escola apresentarem um pouco da produção acadêmica da instituição. O Congresso foi organizado pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), em parceria com a Fiocruz Brasília e contou com mais de 10 mil pessoas inscritas e 8.398 trabalhos aprovados.
Pela ESP-MG foram apresentados 16 trabalhos, em formatos distintos, como comunicação oral curta, outras linguagens, pôster e comunicação oral. As produções estavam em diálogo com o tema central do congresso deste ano: “Democracia, equidade e justiça climática: a saúde e o enfrentamento dos desafios do século XXI”.
O evento propôs reflexões sobre questões urgentes que impactam diretamente a vida das pessoas, conforme ressaltou o presidente da Abrasco, Rômulo Paes. Ele observa que o 14º Abrascão ocorreu em um momento crítico, marcado por eventos climáticos extremos e desigualdades agravadas. Segundo ele, o tema do congresso refletiu a urgência de respostas integradas. Crises hídricas, incêndios e estiagens prolongadas exigem políticas públicas eficientes para a prevenção de desastres e adaptação ao aquecimento global. Ao mesmo tempo, é hora de fortalecer o SUS, modernizar competências, combater o desfinanciamento e enfrentar desigualdades regionais”, salientou.
De acordo com a Diretora da ESP-MG, Mara Tanure, propiciar a participação dos servidores em eventos como o Congresso da Abrasco é fundamental, porque é uma oportunidade das pessoas trabalhadoras da Escola se atualizarem em diversas temáticas da Saúde Coletiva e também de apresentarem à sociedade o trabalho que é realizado na ESP-MG.

Créditos: Abrasco
Trabalhos e aprendizados
Criado em 1986, o Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva é um dos mais importantes fóruns científicos da área da Saúde Coletiva do mundo. Carinhosamente conhecido como Abrascão, acontece a cada três anos. O encontro reúne milhares de congressistas, entre pesquisadores, docentes, estudantes, profissionais de saúde e militantes de movimentos sociais e de entidades da sociedade civil.
O tema do 14 º Congresso foi “Democracia, equidade e justiça climática: a saúde e o enfrentamento dos desafios do século XXI”, que provocou reflexões urgentes sobre como as desigualdades sociais e a crise climática impactam diretamente a saúde das populações, sobretudo dos grupos sistematicamente vulnerabilizados, como pessoas negras, comunidades quilombolas, povos indígenas e mulheres.
Para Luisa Resende, trabalhadora da ESP-MG, essa pauta evidencia que a promoção da equidade e a redução das desigualdades devem estar no centro das políticas públicas de saúde. Luisa Resende apresentou o trabalho “A saúde integral nas narrativas de mulheres transexuais de Minas Gerais: uma biografia coletiva”, de autoria de Luísa De-Lazzari Bicalho Peixoto Resende, Bruno Reis de Oliveira, Juliana Lúcia Costa Santos Moraes e Maria José Nogueira, no formato de pôster.
Para ela, ter um trabalho aprovado significa obter o reconhecimento do esforço técnico e científico do que a equipe realizou, com compromisso e dedicação. “É também uma oportunidade única de trocas com pessoas que, assim como nós, se engajam pela melhoria do SUS e pela promoção do direito à saúde em diferentes contextos e realidades. Esse reconhecimento reflete não apenas o trabalho individual e coletivo, mas também o esforço institucional da ESP-MG em fortalecer a produção de conhecimento e a defesa do SUS em Minas Gerais”, analisa.
“Saio do Congresso com a convicção de que é essencial fortalecer a integração entre ciência, gestão e participação social para enfrentar os desafios atuais, com a intencionalidade de garantir o direito à saúde para todas e todos”, complementa.
Outra trabalhadora da Escola que participou do Abrascão de 2025 foi a Poliana Assis, que apresentou: “Conhecer para Cuidar- Introdução à Saúde LGBTQIAPN+, em formato de pôster. O estudo sintetizou o processo de elaboração do curso “Conhecer para cuidar: introdução à saúde LGBTQIAPN+”, na modalidade a distância (EaD), voltado para os profissionais da Atenção Básica da Saúde (APS) de Minas Gerais e ofertado pela Escola. O trabalho teve autoria de Poliana Cabral de Assis, Juracy Xavier de Oliveira, Maria José Nogueira e Maria de Lourdes Menezes, todas trabalhadoras da ESP-MG.
- Poliana Assis durante o Congresso
- Luisa Resende durante o Congresso
Poliana Assis conta que a qualificação foi elaborada de forma participativa por membros do projeto “Menos Preconceito é Mais Saúde”, composto por representantes da ESP-MG, da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e Fundação João Pinheiro (FJP), dos movimentos sociais LGBTQIAPN+ e em colaboração com a equipe da Assessoria de Educação a Distância (AEAD) da ESP-MG. O resultado foi a oferta de um curso autoinstrucional, em EaD, com carga horária de 30 horas, para 1.351 alunos distribuídos em três turmas no ambiente virtual de aprendizagem da ESP-MG, no período de 12/05/2025 a 12/06/2025.
“O curso abordou uma temática ainda pouco explorada na formação dos profissionais da Atenção Primária à Saúde, preenchendo uma lacuna importante de formação. Trata-se de uma iniciativa valiosa, com potencial para subsidiar os profissionais de saúde em suas práticas cotidianas, além de proporcionar um ambiente mais acolhedor e inclusivo da população LGBTQIAPN+ no estado de Minas Gerais”, explicou a trabalhadora que considerou a participação no congresso uma excelente oportunidade para o compartilhamento de saberes relacionadas à saúde coletiva. “Foi um momento relevante para aprimorar os conhecimentos e refletir sobre as ações educacionais da ESP-MG no que tange a atualização do conteúdo perante aos desafios cotidianos no âmbito da saúde”, enfatizou.
Já o trabalhador da Escola, Bruno Reis, apresentou o trabalho: “O Curso Introdutório como catalisador da implementação do Plano Estadual de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde (PEGTES) em Minas Gerais”, na modalidade comunicação oral. O texto é de autoria de Bruno Reis de Oliveira; Juliana Fonseca de Oliveira Mesquita; Rodrigo Martins da Costa Machado; Thaís Lacerda e Silva; Amanda Nathale Soares; Lucas Rodrigues Albionti de Castro e Patrícia de Oliveira.
No documento foi compartilhada a experiência recente de desenvolvimento do curso sobre a temática de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde (GTES), que é voltado às referências técnicas de GTES da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), nível central e regionais. “Vejo que o curso que propusemos, concebido a muitas mãos, além de contribuir com a implantação do próprio Plano Estadual de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (PEGTES), reforça o papel da ESP-MG como promotora de uma cultura de formação e gestão do trabalho no SUS fundada na educação permanente em saúde”, descreve Bruno Reis.

Bruno Reis durante apresentação no congresso
O trabalhador da Escola também conta que já tinha participado de outras edições de congressos temáticos da Abrasco, como Congresso de Política, Planejamento e Gestão em Saúde de 2024 e o de Ciências Sociais e Humanas em Saúde, em 2023, mas do Abrascão foi a primeira vez. Ele considera muito importante a ESP-MG ocupar esses espaços de debate e compartilhamento de experiências proporcionados pela Abrasco.
“Como se trata de um congresso muito grande e plural, o Abrascão nos dá a oportunidade de atualizar no que tem sido produzido de conhecimento nas variadas áreas da saúde coletiva, com pessoas históricas do movimento sanitário e outras tantas de novas ideias, de pensamento atual, diverso e inclusivo. Por isso mesmo, penso que nos conectar com esse movimento é fundamental para que possamos nos repensar e nos reinventar sempre como uma Escola viva e alinhada com o campo da saúde coletiva e da cidadania, de forma mais ampla”, finaliza.
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