Implementar ações que fomentem a diversidade, ampliem a acessibilidade e produzam equidade são verdadeiros desafios para as instituições, especialmente as públicas. Foi com esse propósito que Escola de Saúde Pública de Minas Gerais (ESP-MG) lançou nesta quarta-feira, dia 17 de setembro, sua primeira Política de Equidade. Construída de forma coletiva, a iniciativa representa uma importante contribuição para a promoção da equidade na saúde coletiva e no SUS em Minas Gerais. O evento, realizado no auditório da Defensoria Pública de MG, em Belo Horizonte, também contou com o seminário “Diálogos sobre equidade na interface entre educação e saúde”.

A abertura foi marcada por uma performance artística da trabalhadora da ESP-MG, Fernanda Maciel, intitulada “Você tem direito à imperfeição?”. A performance integra a pesquisa de doutorado da trabalhadora na Faculdade de Educação da UFMG.

A elaboração desta política é uma entrega prevista no Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da ESP-MG para o ciclo 2024–2028. Ela expressa o compromisso da instituição em desenvolver novos modos de lidar com a diferença, compreendendo-a como parte essencial da vida em sociedade e da própria condição humana.

Participaram da Mesa de abertura, a diretora-geral da Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais (ESP-MG), Mara Guarino Tanure; o Diretor de Planejamento e Desenvolvimento Humano da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Luca Moreira Martins, a presidente do Conselho Estadual de Saúde de Minas Gerais (CES-MG), Lourdes Aparecida Machado e a Superintendente Estadual do Ministério da Saúde em Minas Gerais, Maflávia Aparecida Luiz Ferreira.

A diretora da ESP-MG, Mara Tanure destacou que a elaboração da política de Equidade é  um marco na trajetória da Escola. “Temos como um de nossos objetivos estratégicos a construção de uma política voltada para a acessibilidade, equidade e inclusão.  A conclusão dessa politica, que lançamos hoje, reafirma o nosso compromisso de sermos uma escola que aprende com a sociedade, se transforma com ela e responde às suas demandas”. Ela também ressaltou que o documento é fruto de um processo coletivo, dialogado e corajoso, resultado direto da atuação do Grupo Permanente de Diversidade, Acessibilidade e Inclusão (GDAI), “formado por pessoas comprometidas em ampliar olhares e propor caminhos para que ESP seja, de fato, mais inclusiva, acessível e acolhedora para todas as pessoas”, completou.

Karen Bezerra/ Ascom/ ESP-MG

Para Luca Moreira Martins, da SES-MG, o plano está bem completo e “é um trabalho bem inovador, no sentido que traz medidas específicas que a instituição pretende adotar para que a equidade seja mais difundida nas ações da ESP”. Ele destacou o alinhamento do plano com os debates do Comitê Estadual de Equidade, do qual a ESP participa.

A presidente do CES-MG, Lourdes Aparecida Machado, afirmou que a Escola está muito sintonizada com os debates nacionais e internacionais sobre equidade. “Então estou muito orgulhosa de estar aqui hoje no lançamento deste plano. No Conselho também estamos trabalhando com as questões da equidade e da diversidade, porque são essenciais”, ressaltou.

A Superintendente Estadual do Ministério da Saúde, Maflávia Aparecida Luiz Ferreira parabenizou a ESP pelo lançamento do plano e reforçou o papel estratégico  da Escola na formação dos profissionais de saúde. “Este lançamento é extraordinário para que a sociedade enxergue que essas necessidades são essenciais para o SUS. A equidade em saúde é primordial para que o sistema de saúde seja verdadeiramente universal, justo e igualitário”, enfatizou.

Após a Mesa de Abertura, foi realizado o seminário “Diálogos sobre equidade na interface entre educação e saúde”, que contou com importantes e inspiradoras contribuições dos debatedores: Rodrigo Ednilson de Jesus, professor da Faculdade de Educação da UFMG; Mariana Rosa, fundadora do Instituto Cauê e conselheira nacional de educação e de Luisa Azeredo Silveira, diretora interina de Promoção da Saúde e Políticas de Equidade da SES-MG.  A mediação foi conduzida pela trabalhadora da ESP-MG e coordenadora GDAI da ESP-MG, Fernanda Maciel.

Novos olhares

A trabalhadora da ESP-MG e coordenadora do GDAI, Fernanda Maciel, comenta que o lançamento da Política de Equidade representa também um momento de reflexão. “A gente parou para olhar essa questão, parou para nos observar, para nos conhecer, para reconhecer aquilo em que precisamos avançar — e foi identificando caminhos. Eu também acredito que é um marco na identificação de ações que efetivamente possam fazer com que a Escola de Saúde Pública seja uma instituição vinculada ao SUS e, ao mesmo tempo, produtora de educação. Reconhecendo suas falhas e avançando no sentido de realizar ações educacionais e de pesquisa que levem aos profissionais do SUS uma outra forma de entender a equidade, ajudando-os, talvez, a agir de maneira que promovam ainda mais equidade no sistema”, detalha.

A Politica de Equidade da ESP-MG foi construída com base em diretrizes que consideram o papel da Escola para a educação e para a pesquisa no SUS, buscando garantir sua institucionalização e sustentabilidade. Por meio dela, a ESP-MG compromete-se a buscar a implementação das ações que fomentem a diversidade, ampliem a acessibilidade e produzam equidade. Nesse sentido, as diretrizes institucionais da Política de Equidade são as linhas que orientam o modo de organização e funcionamento do cotidiano da ESP-MG. No documento, elas são apresentadas a partir de ideias-força.

Já o Plano de Promoção da Equidade reúne ações que devem ser incorporadas por todos os setores da ESP-MG, envolvendo corpo docente e discente. Não se trata, portanto, de uma diretriz restrita a um grupo específico. As propostas foram construídas coletivamente pelas pessoas trabalhadoras que participaram dos movimentos promovidos pelo GDAI.

>Confira aqui a política de Equidade da ESP-MG.

Karen Bezerra/ Ascom/ ESP-MG

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